quinta-feira, 17 de julho de 2014

CABALAT SHABAT

Próximo Cabalat Shabat em 1º de agosto de 2014, às 19h15min!

Parashá Devarim: Início da leitura do último livro da Torá

Datas para Agendar: Tishá BeAv em 5 de agosto de 2014


PARASHÁ DA SEMANA: MASSEI / 5774
(19 a 26 de julho de 2014)

Na parashá Massei, Deus informa a Moshê as fronteiras de Canaã. É um território bem amplo que engloba atualmente Israel, Cisjordânia, Líbano e parte da Síria. A estipulação dessas fronteiras é importante, pois nessa região devem ser cumpridas as mitzvot relacionadas especificamente à Terra Prometida. Essas terras deveriam ser divididas entre os hebreus por sorteio, cabendo áreas de dimensões proporcionais à densidade demográfica de cada tribo.
 

Também são explicadas as regras para as propriedades dos levitas, que não poderiam ser grandes extensões de terra, mas apenas cidades e uma área ao seu redor, como nossos atuais 'cinturões verdes'. Deus também explica a necessidade de serem estabelecidas cidades-refúgio, ou seja, cidades de levitas que receberiam e protegeriam pessoas que tivessem cometido um homicídio não intencional. Moshê determina a localização dessas cidades, três delas em Canaã, três na margem leste do Jordão.
 

Essas cidades tinham a importante função de controlar a justiça feita com as próprias mãos, já que o homicida devia ser julgado por juízes para se decidir que tipo de crime havia cometido, estipular qual a punição cabível, e controlar sua aplicação. Outro objetivo, era evitar conflitos sociais por longos tempos, já que na época um familiar tinha o dever de vingar um parente morto, o que gerava infindáveis guerras familiares.
 

O livro Bamidbar termina com os líderes de Menashe pedindo a Moshê que seja aperfeiçoada a regra da sucessão hereditária. Para evitar a dispersão das terras de uma tribo para outra, modificando o território para o qual elas seriam sorteadas, pedem que quando só houverem mulheres herdeiras, que elas se casem com homens da própria tribo. Deus aceita a sugestão, e fica estabelecido que no caso de as terras serem herdadas por mulheres, estas deveriam se casar com homens de sua tribo. E assim as filhas de Tselofhad - sobre as quais estudamos nas semanas anteriores - casam-se com seus primos da tribo de Menashe.

 
Depois passamos ao estudo da haftará que acompanha as parashiot Matot/Massei. É uma terrível profecia de Jeremias que relata o desvido dos israelitas e judeus das leis de Deus, a prática da idolatria por seus líderes, e as terríveis consequências, com a destruição das cidades e o exílio do povo da Terra Prometida. Esse trecho das profecias é lido nesse momento porque antencede 9 de Av (em 5767), data na qual foram destruídos os Templos, além de ocorrerem outras tragédias ao longo da história do povo judeu.
 

Zhuvi Zitman explicou que os Templos foram destruídos pelos babilônios e pelos romanos com o objetivo de destruir o judaísmo. Realmente, por quatrocentos anos, o Templo foi o centro de peregrinação, três vezes ao ano, para os judeus. Sua destruição foi uma prova a mais para o judaísmo, que para sobreviver precisou se transformar numa religião com práticas independente do Templo e dos sacrifícios. Assim, nossa religião se renovou, passando a centrar-se nos mandamentos da Torá.
 

As três semanas que antecedem Tishá be Av (em 2011 foi em 9 de agosto, e em 2014 será em 5 de agosto) equivalem ao tempo que as legiões romanas fizeram o cerco a Jerusalém, antes de conquistar a cidade, escravizar os sobreviventes da batalha, e destrui-la totalmente em 70 d.e.c. É um momento de luto, de reflexões, que também pode nos transmitir força para desenvolver uma renovação espiritual e mística.
 

Apesar de não existir o Templo, de ter se esgotado a necessidade de sacrifícios com a evolução do judaísmo e da humanidade, ainda assim Jerusalém é o centro espiritual do judaísmo. Por isso rezamos voltados em sua direção. Apesar de no passado termos enfraquecido, hoje somos mais fortes espiritualmente. Nossa fortaleza não está no tamanho de nossa população, mas nos valores do judaísmo, na forma como o ser humano é visto, e em como esses valores contribuíram para a melhora das relações humanas de todos os povos.
 
Resumo do encontro do Grupo de Estudos da Parashá da Congregação Israelita Paulista de 17 de julho de 2007.