domingo, 31 de agosto de 2014

Nessa Semana: Cabalat Shabat em 5 de setembro de 2014, às 19h15min!


Datas para Agendar:
Rosh HaShaná em 25 de setembro de 2014



PARASHÁ DA SEMANA: Ki Tetsê / 5774
(31 de agosto a 5 de setembro de 2014)



A parashá Ki Tetsê, explica o Rabino Michael Leipziger, tem dezenas de mitzvot, grande parte é relativa ao direito de família, às relações humanas, e ainda existem cinco mitzvot especificamente destinadas a animais, além de outro grupo de leis ligadas às relações econômicas. O ponto em comum entre estas leis é que em sua parte final explicam as consequências que ocorrem caso sejam cumpridas: eliminar a maldade, manter a santidade da terra, prolongar os dias de vida.

Entre as mitzvot da parashá Ki Tetsê também foi destacado pelo Rabino Michael Leipziger um objetivo comum: promover o senso de Justiça, promover a sensibilidade humana e o respeito à dignidade dos outros seres.

Um trecho destacado para demonstrar esta conclusão é o primeiro mandamento da parashá, relativo ao tratamento dado à mulher capturada durante uma guerra. Esta é uma questão ainda atual, pois é grave o problema dos estupros durante os conflitos militares, tanto de mulheres dos inimigos, quanto da facção do próprio soldado violentador.

Outra importância do estudo desta mitzvá é nos remeter a estudar o conteúdo integral da Torá, mesmo que nos pareça que determinado trecho está ultrapassado, ou não tenha relação com nossa realidade. Como neste caso, já que durante centenas de anos, desde a queda do Segundo Templo até 1947, não houve guerras dos judeus como uma nação. Sobre este período, o Rabino Michael Leipziger citou Nahum Norbert Glatzer, que em seu livro Geschichte der talmudischen Zeit  afirmou que os judeus não fizeram História neste período, suportaram a História. No entanto, após o renascimento do Estado de Israel, este mandamento voltou a se tornar concreto para forças armadas compostas predominantemente por judeus.

Por outro lado, também não se deve esquecer que as instruções da Torá não são literalmente apenas para judeus que vivam na região da Terra Prometida. São mandamentos para serem estudados, observados e cumpridos por todos os tempos, em todos os lugares, e por todos. Neste sentido amplo, o rabino Michael Lepziger destacou que na guerra prevalecem os instintos animalescos do ser humano de forma desenfreada, onde matar é inclusive permitido - e até necessário. Neste contexto, a Torá coloca limites a estes instintos. O Rabino Samuel Dresden diz que no Judaísmo os instintos não são enfrentados com sua supressão ou repressão, nem os tornando sagrados, como em outras culturas que pendulam entre estes dois extremos. No Judaísmo, concluiu o Rabino Michael, busca-se controlar os instintos para usá-los de forma a enobrecer o ser humano.

Resumo do encontro do Grupo de Estudos da Parashá da Congregação Israelita Paulista de 11 de setembro de 2011.