quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Próximo Cabalat Shabat em 5 de setembro de 2014, às 19h15min!


Datas para Agendar:
Rosh HaShaná em 25 de setembro de 2014



PARASHÁ DA SEMANA: Reê / 5774
(17 a 23 de agosto de 2014)


A primeira palavra da parashá, Reê, significa 'veja'. É Deus dirigindo-se a cada pessoa, no singular. Assim, a tradução literal da primeira frase da parashá seria: "Veja, que ponho diante de vocês hoje a benção e a maldição". Rachel Reichhardt observou que Deus está se dirigindo a cada hebreu em particular, não para o povo como um todo, ou para Moshê individualmente, como é mais comum na Torá.
Comumente, na Torá, Deus 'fala', Deus 'diz'. Mas na parashá Reê Ele determina que se 'veja'. O órgão receptor das comunicações Divinas deixa de ser os ouvidos e passa a ser os olhos. Rachel explicou que são referências simbólicas, pois bençãos e maldições não são concretas, visíveis, mas são perfeitamente captáveis e compreensíveis pelo intelecto humano. Por isso, quando Deus fala 'veja', a mensagem é 'perceba a realidade', tenha a 'capacidade de constatar' a dimensão do pacto firmado no Sinai e as consequências que dele advém.
O 'brit'/pacto é como um contrato social, mas por que Deus precisa fazer um pacto com o ser humano? Por causa do livre arbítrio. A humanidade é independente, e se Deus quer nos orientar em determinado caminho, depende de nossa concordância, de nossa participação, de nosso comprometimento. Por isso Ele diz 'reê'/veja para um ser que tem capacidade de compreender e de decidir se cumpre ou não as mitzvot.
As bençãos e maldições que decorrem do pacto com Deus são colocadas como aspectos iguais e simultâneos quando se utiliza 'e' no lugar de 'ou'. Isso significa que o ser humano é responsável por determinar qual dessas características será determinante na sua relação com Deus. Se for possível 'enxergar' Deus e as possibilidades dos ensinamentos que foram transmitidos no Sinai, vai ser fácil identificar e diferenciar o que é benção do que é maldição.
Como Rachel lembrou, bençãos e maldições fazem parte da vida, mas no contato com Deus, a incapacidade de vê-Lo também é uma maldição. Para poder decidir que caminho seguir, antes o ser humano tem que conseguir 'ver' Deus. Esse encontro tem que ocorrer antes do povo chegar à Canaã, pois lá é que terão plena liberdade para escolher, quando não dependerão mais do alimento e da proteção fornecidos por Deus no deserto.
É determinado que, na entrada na Terra Prometida, sejam destacados dois montes para simbolizar a benção (Guerizim) e a maldição (Ebal). O objetivo é estabelecer limites entre essas duas características, que muitas vezes se confundem num mesmo fato. São limites que buscam proteger a identidade judaica, constante preocupação nesta parashá. Por fim, contatou-se que a advertência nuclear em Reê é de que se a identidade judaica for perdida, virão as maldições.
Resumo do encontro do Grupo de Estudos da Parashá da Congregação Israelita Paulista de 12 de agosto de 2007.