domingo, 7 de setembro de 2014

Próximo Cabalat Shabat em 24 de outubro de 2014, às 19h15min!


Datas para Agendar:
Rosh HaShaná em 25 de setembro de 2014



PARASHÁ DA SEMANA: Ki Tavô / 5774
(7 a 13 de setembro de 2014)



A tradição judaica, explica o Rabino Ruben Sternschein procura relações entre os nomes das parashiot. Ki Tavô é relacionada a Ki Tetzê (lida na semana passada), pois uma diz "ao saires" à guerra, e outra "ao entrares/voltares para casa". Como está escrito em Cohelet: há um momento para expandir e outro para recolher, épocas de intensa vivência externa e épocas de introspecção. Esta dinâmica acontece muitas vezes ao longo da vida e seria o vínculo entre os nomes destas duas parashiot.

Todo o livro de Devarim trata em grande parte de como se deve comportar quando se é a maioria e se é o dono da terra, ou se detém o poder prevalecente numa nação. Esta forma de se relacionar é saudável e permite a criação de uma sociedade ética, com respeito e tolerância ao outro que é diferente.

Não se deve acostumar aos bens, deve-se lembrar de quando não se tinha terra, nem frutos, nem bençãos. Na parashá há inclusive uma declaração expressa que deve ser dita antes de usufruir dos frutos, um mandamento que engloba um ato público de gratidão, de comprometimento, de renovação da aliança em nome próprio. Alguns comentaristas afirmam que é uma forma de se apropriar da História, de adquirir consciência sobre direitos e deveres, de escapar do comodismo.

É destacada também a importância de se reconhecer, de identificar-se. Fala-se para si próprio, para se ouvir dizendo determinadas frases que ajudam nas decisões, já que a fala é fundamental para adquirir consciência.

Outro aspecto é a importância de dividir os bens que temos, principal função dos 'bicurim'. O sentido dos bens que temos, e perdemos, e transformamos, não são os objetos em si, mas a oportunidade que nos dão de observamos como nos relacionamos com eles, como somos e o que fazemos com os bens que possuímos.

Ovadia, um convertido, recebeu uma resposta de Maimônides sobre as tefilot que fazem referências a antepassados hebreus, se deviam ser ditas pelos judeus cujos pais não eram judeus. A resposta, concluiu o Rabino Ruben Sternschein, é que o convertido adota toda a história judaica, e da mesma forma o passado o adota, razão pela qual deve sim recitar as tefilot que fazem referência aos antepassados judeus.
 
Resumo do encontro do Grupo de Estudos da Parashá da Congregação Israelita Paulista de 24 de agosto de 2013.