Datas para Agendar:
Rosh HaShaná em 25 de setembro de 2014
PARASHÁ DA SEMANA: Ki Tavô / 5774
(7 a 13 de setembro de 2014)
A tradição judaica, explica o Rabino Ruben Sternschein procura
relações entre os nomes das parashiot. Ki Tavô é relacionada a Ki Tetzê (lida na semana passada), pois
uma diz "ao saires" à guerra, e outra "ao entrares/voltares para
casa". Como está escrito em Cohelet: há um momento para expandir e outro
para recolher, épocas de intensa vivência externa e épocas de introspecção.
Esta dinâmica acontece muitas vezes ao longo da vida e seria o vínculo entre os
nomes destas duas parashiot.
Todo o livro de Devarim trata em grande parte de como se deve
comportar quando se é a maioria e se é o dono da terra, ou se detém o poder
prevalecente numa nação. Esta forma de se relacionar é saudável e permite a
criação de uma sociedade ética, com respeito e tolerância ao outro que é
diferente.
Não se deve acostumar aos bens, deve-se lembrar de quando não se
tinha terra, nem frutos, nem bençãos. Na parashá há inclusive uma declaração
expressa que deve ser dita antes de usufruir dos frutos, um mandamento que
engloba um ato público de gratidão, de comprometimento, de renovação da aliança
em nome próprio. Alguns comentaristas afirmam que é uma forma de se apropriar
da História, de adquirir consciência sobre direitos e deveres, de escapar do
comodismo.
É destacada também a importância de se reconhecer, de
identificar-se. Fala-se para si próprio, para se ouvir dizendo determinadas
frases que ajudam nas decisões, já que a fala é fundamental para adquirir
consciência.
Outro aspecto é a importância de dividir os bens que temos,
principal função dos 'bicurim'. O sentido dos bens que temos, e perdemos, e
transformamos, não são os objetos em si, mas a oportunidade que nos dão de
observamos como nos relacionamos com eles, como somos e o que fazemos com os
bens que possuímos.
Ovadia, um convertido, recebeu uma resposta de Maimônides sobre
as tefilot que fazem referências a antepassados hebreus, se deviam ser ditas
pelos judeus cujos pais não eram judeus. A resposta, concluiu o Rabino Ruben
Sternschein, é que o convertido adota toda a história judaica, e da mesma forma
o passado o adota, razão pela qual deve sim recitar as tefilot que fazem
referência aos antepassados judeus.
Resumo do encontro do Grupo de Estudos da Parashá da Congregação Israelita Paulista de 24 de agosto de 2013.